Tenho me sentido cansado. Sabe
aqueles dias que você tem estado sem força pra sustentar um sorriso de
propaganda de creme dental? Pois é, o pior é que em 95% do meu tempo no
trabalho preciso desse sorriso.
Tenho pensado muito mais na minha família. Acho que eles seriam as pessoas que mais me dariam apoio se soubessem desta carga que tenho sido obrigado a suportar. Mas ao mesmo tempo tenho medo. Penso em falar aos poucos, meio que numa tentativa de preparar o terreno. Mas o fato é que sinto a necessidade de falar. Não me vejo escondido para sempre, mas também não quero encarar toda a carga de preconceito que a escolha do "contar" traz em si. Difícil, né?!
A primeira da lista em minha família será minha irmã. Creio que ela é a que mais tem condições para lidar com esse tema. Para isso já comprei vários livros de pessoas que vivem com HIV. Minha irmã é uma amante da leitura. Tenho lido cada um desses livros para ver qual poderia me auxiliar nesse processo com ela.
Falar pra família é tão difícil quanto receber a notícia. Falo isso sem sombra de dúvida. Às vezes me sinto com uma bomba na mão, e o mais difícil é passar essa bomba para pessoas que amo. Tenho muito medo das reações. Mas entendo também que poupá-los desta notícia implica também em me poupar do apoio e carinho que certamente eu teria. Um abraço da minha irmã, um carinho nos dias difíceis, alguém para eu saber que está do meu lado. Tenho sentido cada dia mais falta. Mas o medo também faz parte de mim. Ele faz algumas previsões negativas.
Dentro do meu silêncio espero escutar a coragem. Isso me falta. Isso faz parte da opção pela vida. Me sinto o mais preconceituoso de todos, pois sempre espero do outro uma atitude de repulsa. Por exemplo, se minha irmã se negasse em tomar água no meu copo isso me doeria tanto que esse tipo de pensamento me impede de falar. Viver numa bolha me protege do mundo. Mas meu mundo deve se restringir a uma bolha?
Tenho pensado muito mais na minha família. Acho que eles seriam as pessoas que mais me dariam apoio se soubessem desta carga que tenho sido obrigado a suportar. Mas ao mesmo tempo tenho medo. Penso em falar aos poucos, meio que numa tentativa de preparar o terreno. Mas o fato é que sinto a necessidade de falar. Não me vejo escondido para sempre, mas também não quero encarar toda a carga de preconceito que a escolha do "contar" traz em si. Difícil, né?!
A primeira da lista em minha família será minha irmã. Creio que ela é a que mais tem condições para lidar com esse tema. Para isso já comprei vários livros de pessoas que vivem com HIV. Minha irmã é uma amante da leitura. Tenho lido cada um desses livros para ver qual poderia me auxiliar nesse processo com ela.
Falar pra família é tão difícil quanto receber a notícia. Falo isso sem sombra de dúvida. Às vezes me sinto com uma bomba na mão, e o mais difícil é passar essa bomba para pessoas que amo. Tenho muito medo das reações. Mas entendo também que poupá-los desta notícia implica também em me poupar do apoio e carinho que certamente eu teria. Um abraço da minha irmã, um carinho nos dias difíceis, alguém para eu saber que está do meu lado. Tenho sentido cada dia mais falta. Mas o medo também faz parte de mim. Ele faz algumas previsões negativas.
Dentro do meu silêncio espero escutar a coragem. Isso me falta. Isso faz parte da opção pela vida. Me sinto o mais preconceituoso de todos, pois sempre espero do outro uma atitude de repulsa. Por exemplo, se minha irmã se negasse em tomar água no meu copo isso me doeria tanto que esse tipo de pensamento me impede de falar. Viver numa bolha me protege do mundo. Mas meu mundo deve se restringir a uma bolha?
7 comentários:
Olha, sua situação é complicada. Mas infelizmente, família não é sinônimo de apoio em várias ocasiões. Vc pode ter apoio de amigos. E se tiver condições financeiras te indico ir a um psicólogo.
Ah, se puder me passa seu msn por comentário no meu blog. Eu copio antes de publicar. Abraço.
pois é, sua familia parece acessível, é melhor vc ter esse apoio mesmo, vc tá passando por tudo isso sozinho, meu amigo. é uma carga mto pesada.
Tão dificil recomendar, sabe???? Parece que nunca me sinto suficientemente ápto pra falar, por isso as vezes prefiro só assistir e é bacana de alguma forma estar vendo isso evoluir com vc pk os seus questionamentos hj são mais práticos, maduros até... O bacana realmente é ver vc andar pra frente!!!
Te aadoro lindo!
Andamos sempre! Obrigado por essa franca e gostosa percepção.
Olha. Antes vc negava fortemente a opção de contar pra eles. Hoje já pensa nisso. Tudo muda, não é?
Não digo para fazê-lo (e nem para não fazê-lo) porque só vc sabe exatamente no que estará embarcando ao escolher contar (ou ao escolher não contar). Não conheço sua família e muito menos posso prever a reação deles.
Quando eu tenho essas dúvidas "existenciais", costumo a pensar no que de pior poderia acontecer e no que de melhor também. Se eu imagino que estou disposto a pagar o preço/tenho estrutura pra lidar com a recompensa, eu arrisco. Se não, daí eu vejo se posso encontrar outra solução para a questão.
Mas isso sou eu, né?? Difícil dar conselho sem correr o risco de mais atrapalhar que ajudar...
No final, posso dizer que vc tb tem o apoio dos amigos e quando precisar de carinho, lembra da gente!! :)
Grande beijo e boa sorte em qualquer decisão que vc tomar!!
Li sobre a sua aflição de contar ou nao contar... Vc escreve dizendo que sua irmã lê muito, deduzo que ela deva ser uma pessoa esclarecida, entao com certeza nao iria ter preconceito, é um fardo muito pesado e penso que seria bom dividir com quem amamos, receber carinho,apoio,atençao, cuidados. Eu soube há duas semanas que meu filho tem HIV e por isso cheguei ao seu blog, amo tanto ele que o que me importa é dar apoio,carinho e estar ao lado dele para o que ele precisar. Boa sorte meu querido que Deus te proteje e ilumine o seu caminho e pensamentos.
abraços.
Vera
Postar um comentário